Ensaio de antropologia filosófica - Ivone Gebara
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- Calcular freteQuando uma sociedade, palavras e crenças desabam, é preciso fazer uma ‘desinvenção’ do antigo mundo de certezas e tentar um enlace, um casamento entre a poesia e a razão. É isso que eu gostaria de inventar nesse ensaio antropológico com rasgos poéticos, como se estivesse alimentando propositadamente a minha tentação de preencher a razão com poesia, conferindo certa racionalidade ao indizível que a habita. Ambas expressam nossa vida, nossas vivências, dúvidas, amores e ódios, desejos de amor. Gostaria de amalgamar a poesia e a razão para ver se algo novo acontece, para ver se a ferrugem sai dos velhos conceitos e se torna um tema poético antiferruginoso. Queria que a velha panela do pensamento filosófico tivesse outro brilho, pudesse se tornar exclamação de agradável espanto, riso e brincadeira de incertezas. Gostaria de sair do sério da filosofia para brincar com ela e com seus taciturnos representantes. Intuo a dificuldade em mim mesma, por isso queria tentar como método de trabalho sentir e pensar o mundo ao mesmo tempo, como quando se sente uma dor e se busca explicá-la por pequenas imagens, assim como se busca o remédio para acalmá-la. Sentir a dor, o prazer e depois pensar sobre eles para entender algo desse sentimento, eis o desafio que meu filosofar quer tentar.
Ivone Gebara
- Título: Ensaio de antropologia filosófica
- Subtítulo: A arte de misturar conceitos e plantar des-conceitos
- Autoria: Ivone Gebara
- Selo Editorial: Editora Recriar
- Data da Publicação: 2021
- Páginas: 280
- Edição: 1ª Edição
- Idioma: Português
- Código de Referência: RE2106F06
- Acabamento: Brochura
- Formato: 16 x 23 cm
- ISBN: 9786586242751
- Peso: 439gr
Filósofa e teóloga ecofeminista tem se dedicado ao pensamento crítico que toma como base as dores reais das pessoas e de maneira particular das mulheres. A base de sua abordagem é a atenção à multiplicidade de interpretações que sustentam a vida das pessoas em contraste com as fórmulas teóricas políticas e/ou religiosas que abundam em nossa tradição colonialista chegando ao extremo de desvirtuar a capacidade de pensarmos de forma autônoma, múltipla e criativa aprendendo uns dos outros. Viveu e trabalhou muitos anos no nordeste do Brasil especialmente em Recife. Publicou vários livros e artigos nessa perspectiva traduzidos em diferentes idiomas. Atualmente vive em São Paulo.