Bíblia e corrupção - João Júnior; Antônio Frizzo (org.)

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Sinopse

Algumas pessoas hão de observar que corrupção é um tema que nada tem a ver com Deus, é assunto de Economia, de organização da Sociedade, de Política e de costumes de um povo, a depender de sua Cultura. Hão de destacar que Deus está em outro patamar, superior, o plano elevado da Religião. Ora, ao reler a Bíblia com atenção, em comunidade e com a ajuda de gente que se capacita para estudá-la a fundo, as pessoas vão tendo a grata surpresa de descobrir que Deus está mais perto do que imaginávamos. Começam a perceber que Sua transcendência ou elevação acima de tudo é, na verdade, para garantir que está presente em todas as coisas e situações de vida.

Quando Moisés teve o impulso de identificar Deus, como se fosse uma pessoa separada ou um objeto, recebeu resposta desconcertante: “Eu Sou Aquele que Sou”, o mesmo que dizer “Eu sou o Sendo”, quer dizer, “Eu sou O que vai se manifestando”, “Sou o que está aí” (cf. Ex 3).

– Sebastião Armando Gameleira Soares

Interessante perceber que Amós se coloca em oposição também àquela religião institucionalizada, oficial, sacerdotal, a serviço do poder estatal. Na ótica do profeta, o culto não estava a serviço de Deus, mas dos poderosos (Am 7,12-13). Até mesmo as festas religiosas eram usadas para explorar o pobre. Os momentos que deveriam ser de adoração a Deus foram transformados em oportunidade para a coleta de tributo através das oferendas que os camponeses traziam ao templo. Os comerciantes, denuncia Amós, maquinavam formas de ganhar lucro “diminuindo medidas, aumentando pesos e viciando balanças” (Am 8,4-6). Isto significava uma total perversão do culto, já que as festas estavam ligadas à libertação do povo.

Politicamente, o profeta campesino estava, de forma clara, se colocando na oposição daquele sistema político-religioso corrupto. A tomada de posição de Amós fica nítida quando lemos o profeta Jonas5 falando do reinado de Jeroboão II em 2Rs14,25.

– Eunaide Monteiro e Liniker Xavier

 

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Sobre o autor

ANTONIO CARLOS FRIZZO é graduado em Teologia pelo Centro Universitário Assunção, e em Teologia Cristã e Tradição Judaica, no Instituto Pontifício Ratisbonne, Jerusalém, Israel. Concluiu Mestrado no Instituto Católico de Paris, França, e o Doutorado em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Leciona na Faculdade Católica de São José dos Campos, e no Instituto Teológico São Paulo, ITESP. É assessor do Centro Bíblico Verbo, SP; participou da equipe de tradutores da Nova Bíblia Pastoral, Editora Paulus. Padre católico há 35 anos na cidade de Guarulhos, SP.

JOÃO LUIZ CORREIA JÚNIOR possui pós-doutorado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-GOIÁS. É doutor em teologia, com concentração na área de estudos bíblicos, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RIO. Atualmente, é professor titular e pesquisador da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP, nos programas de pós- -graduação em Ciências da Religião e em teologia. Assessor do Centro de Estudos Bíblicos/PE e coordenador da ABIB – Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica – Regional Nordeste.

 

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